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(Saint-Saens: The Swan Carnival of the animals
https://www.youtube.com/watch?v=b44-5M4e9nI)
E se no mundo existe algum paraíso terrestre,
sem dúvida não deve estar muito longe destes lugares.
(Vespúcio – “Mundus Novus”)
Quando alguém fala em “UTOPIA” logo imaginamos algo inatingível. O Antônio Houaiss, no dicionário por ele organizado, diz que “utopia” consiste em uma “sociedade ideal, fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem-estar da coletividade” (1).
Tudo isso porque a palavra UTOPIA, com registro histórico de 1671 (1), formada por radicais gregos, significa “não-lugar”, ou “lugar que não existe”. E ficamos convencidos de que um lugar assim, utópico, é impossível de existir.
Mas a Utopia já existiu – e era aqui!(2)
UTOPIA é um termo que foi inventado por Thomas Morus para dar título a uma de suas obras escritas por volta de 1516. Nela Morus descreve um lugar onde a sociedade é organizada racionalmente, com propriedade comum dos bens, onde os habitantes vivem em casas iguais, auxiliando-se mutuamente, em paz total e harmonia de interesses.
Se pensarmos bem, um pouco antes de 1516, a América havia sido “descoberta” e corria na Europa a notícia propagada por Américo Vespúcio de ter sido encontrado um lugar arborizado, frutífero, passarinhado, cheiroso e colorido - que só podia ser mesmo o Éden (2).
Cristóvão Colombo também, em suas narrativas, pela beleza inocente que havia visto por aqui, acreditava ter encontrado o Paraíso Perdido (2).
Thomas Morus, inglês, um homem diferenciado para o seu tempo, advogado, diplomata, escritor e um dos grandes humanistas do renascimento, ficou encantado com os relatos e as notícias propagadas por Vespúcio e Colombo a respeito daquele lugar.
No entanto, na Europa corria a notícia de que viviam lá uns seres que não sabiam se eram uma humanidade ou uma bicharada; que viviam desnudos - apesar de inocentes e sem maldade... Os Europeus, barbudos e armados, empetecados em suas vestes, mergulhados em crenças de pecados e punições, duvidavam até que aqueles seres tinham alma!
Assim, a se considerar que UTOPIA foi escrito em 1516, este só pode ter sido escrito sob a crença de Morus de que o paraíso havia sido encontrado. E esse lugar era aqui!
Depois disso vieram os “sábios” demonstrando que os índios que aqui viviam estavam mergulhados no pecado. E deu no que deu: tiraram os índios da sua inocência para desindianizá-los (2) e inseri-los nas ideias de crime e castigo.
Quanto a Morus, por não concordar com os termos de um Decreto que era de interesse exclusivo do rei da Inglaterra (Henrique VIII)(3), foi preso e morreu decapitado na Torre de Londres. Depois foi canonizado e virou santo da Igreja católica.
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(1) – conforme dicionário Houaiss
(2) – conforme menciona Darcy Ribeiro em “A América Latina Existe?” – da coleção “Darcy no Bolso” – Editora UnB
(3) - fundação do anglicanismo e não aceitação da coroação de Ana Bolena, uma das esposas de Henrique VIII
Tudo isso porque a palavra UTOPIA, com registro histórico de 1671 (1), formada por radicais gregos, significa “não-lugar”, ou “lugar que não existe”. E ficamos convencidos de que um lugar assim, utópico, é impossível de existir.
Mas a Utopia já existiu – e era aqui!(2)
UTOPIA é um termo que foi inventado por Thomas Morus para dar título a uma de suas obras escritas por volta de 1516. Nela Morus descreve um lugar onde a sociedade é organizada racionalmente, com propriedade comum dos bens, onde os habitantes vivem em casas iguais, auxiliando-se mutuamente, em paz total e harmonia de interesses.
Se pensarmos bem, um pouco antes de 1516, a América havia sido “descoberta” e corria na Europa a notícia propagada por Américo Vespúcio de ter sido encontrado um lugar arborizado, frutífero, passarinhado, cheiroso e colorido - que só podia ser mesmo o Éden (2).
Cristóvão Colombo também, em suas narrativas, pela beleza inocente que havia visto por aqui, acreditava ter encontrado o Paraíso Perdido (2).
Thomas Morus, inglês, um homem diferenciado para o seu tempo, advogado, diplomata, escritor e um dos grandes humanistas do renascimento, ficou encantado com os relatos e as notícias propagadas por Vespúcio e Colombo a respeito daquele lugar.
(Estátua de Thomas Morus em frente ao Chelsea Old Church - Londres - fonte: rememberingtheexecuted.wordpress.co)
No entanto, na Europa corria a notícia de que viviam lá uns seres que não sabiam se eram uma humanidade ou uma bicharada; que viviam desnudos - apesar de inocentes e sem maldade... Os Europeus, barbudos e armados, empetecados em suas vestes, mergulhados em crenças de pecados e punições, duvidavam até que aqueles seres tinham alma!
Assim, a se considerar que UTOPIA foi escrito em 1516, este só pode ter sido escrito sob a crença de Morus de que o paraíso havia sido encontrado. E esse lugar era aqui!
Depois disso vieram os “sábios” demonstrando que os índios que aqui viviam estavam mergulhados no pecado. E deu no que deu: tiraram os índios da sua inocência para desindianizá-los (2) e inseri-los nas ideias de crime e castigo.
Quanto a Morus, por não concordar com os termos de um Decreto que era de interesse exclusivo do rei da Inglaterra (Henrique VIII)(3), foi preso e morreu decapitado na Torre de Londres. Depois foi canonizado e virou santo da Igreja católica.
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(1) – conforme dicionário Houaiss
(2) – conforme menciona Darcy Ribeiro em “A América Latina Existe?” – da coleção “Darcy no Bolso” – Editora UnB
(3) - fundação do anglicanismo e não aceitação da coroação de Ana Bolena, uma das esposas de Henrique VIII
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