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(Badfinger - "Day after day", de Pete Ham - álbum "Straight Up", de 1971)
Fui a uma reunião formal ontem à noite. Ao meu lado sentou-se um senhor que estava gripado, com a voz rouca, e espirrando muito... e eu não tinha como sair dali.
- "Pronto", pensei... "Fodeu! vou pegar essa gripe"!
E passei a reunião toda testando minha garganta com a sensação de estar sendo invadido pelo vírus. Eu sei lá, mas achava que, tossindo, poderia estar combatendo e me livrando de todo aquele mal - pelo menos queria acreditar nisso.
Quando precisei falar algo, nem me ative para o seu conteúdo. Eu estava certo de que meu posicionamento naquele momento seria o menos importante, pois o que interessava mesmo era colocar para fora aquele tremendo mal que poderia estar querendo se instalar no meu corpo... e atrapalhar meus planos.
Ao vir embora prá casa, já de madrugada, coloquei prá tocar no carro uma coletânea de músicas. E vim cantando. Tomei o cuidado de deixar arreganhadas as janelas para ir me livrando do vírus que ia expelindo garganta à fora enquanto me esgoelava lá dentro...
Em um determinado momento, no trajeto, entrou "Day after day" na sequência de músicas... Aumentei o volume e continuei cantando... mais forte e mais alto ainda, feito um adolescente...
Antes de guardar o carro passei em frente de casa - um prédio de dez andares - umas três vezes. Tudo isso para poder ouvir repetidas vezes essa mesma música... Os moradores do meu prédio e dos prédios vizinhos que me perdoem pelo volume do som, mas confesso minha culpa - e espero que me compreendam.
E tudo isso porque no sábado vou estar com um grupo de amigos. Certamente vamos ouvir, cantar e tocar muita música boa. E "Day after day" é uma das que estará no repertório...
Porisso solicito ao Tião e aos meus amigos que eventualmente venham a ler essa publicação que digam ao João, à Cláudia e ao Nanão, que ensaiem 'essa'... e que deem a letra em inglês 'pro' Zé Américo...".)
Bom... Mas aí cheguei em casa. E a preocupação aumentou!
- "Se não ficar gripado por causa da gripe daquele senhor, vou ficar gripado por causa do vento frio que me veio pela janela aberta do carro...", pensei.
- "Porque não segui as recomendações da minha mãe que sempre me orienta para que eu não tome gelado, não pise com os pés descalços no chão, e não fique exposto ao vento frio?"
- "Caraio!"
Antes de me deitar falei com a minha mulher a respeito da minha preocupação. Ela, sabiamente e clinicamente me acalmou:
- "Fica frio, você não vai ficar gripado... tudo isso é só a sua expectativa para poder estar bem para encontrar seus amigos e poder cantar com eles".
- "Fica frio, você não vai ficar gripado... tudo isso é só a sua expectativa para poder estar bem para encontrar seus amigos e poder cantar com eles".
Bom, as preocupações diminuíram... mas ainda precisam sumir. Preocupações tolas à parte, o importante mesmo é que no próximo final de semana, com gripe ou sem gripe, com vento ou sem vento, calçado ou de pés no chão, afinado ou desafinado, em algum lugar nesse mundo um grupo de amigos vai estar reunido, cantando e tocando um repertório com muita música boa... "Day after day", do grupo inglês "Badfinger", inclusive...
- "E vai ser bom 'prá caraio'!"
(Nanão, Zé Américo, eu, João - 2012 - foto: arq. pessoal)