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"Cessem do sábio grego e do troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta."
(Camões, "Os Lusíadas" - Canto I)
Não, não é uma praça árida e oprimida na região central de Ribeirão Preto. Em cada um de seus quatro pontos cardeais o cimento e o concreto dos prédios com ela contrastam e digladiam. Ela resiste. Ela tem como escudo suas plantas, suas árvores antigas, e seus passeios tomados por folhas secas. Na escuridão da noite, cuida de sua proteção a luz que emana dos pequenos postes - verdadeiros faróis plantados em seus canteiros. Eu a cruzo todos os dias, e me sinto um privilegiado por tê-la como vizinha.
Não, decididamente não é apenas uma praça. Com um monumento a Camões e aos portugueses ao seu centro, ela é uma inspiração a quem quer que por ela passe.
Nesse monumento Camões, altivo e altaneiro, guia os destinos incertos traçados pelo comandante de uma caravela. Embarco nessa nau portentosa que singra mares e oceanos - assim como fizeram os portugueses nas grandes navegações. Os canteiros da praça, então, transformam-se em cardumes; e seus farois em pequenas embarcações. Vou da popa à proa vigiando suas sombras e seus caminhos.
Em seus bancos de madeira, jovens distraídos e senhores compenetrados são valentes guerreiros que cuidam para que ela resista às tormentas que teimam em transformar a cidade.
O poeta tornou-se o guia que, na praça, cuida da condução de seu povo - e da minha travessia. Nessa navegação contorno o sudoeste de Portugal e o sul da Espanha. Vou além: passo pelo estreito de Gibraltar e sigo pela costa de Marrocos, na África, até atingir o Cabo Bojador no Saara Ocidental. A partir dali experimento mares nunca d'antes navegados...
O monumento aos portugueses, homenageando Camões, domina toda a praça. Camões lutou no norte da África (onde perdeu a visão do olho direito), fez muitas viagens, naufragou na foz do rio Mekong, reapareceu em Moçambique e retornou a Portugal para morrer, em 1580, em condição de extrema pobreza. Ficou conhecido na história e na literatura como o autor do maior poema épico da língua portuguesa - "Os Lusíadas", publicado há mais de quatro séculos.
Ao cruzar a praça que leva seu nome eu reverencio Camões e as viagens que, nessa travessia, inspirado por ele, diariamente faço.
Praça Luis de Camões - Ribeirão Preto/SP
Foto: arq. pessoal
Não, decididamente não é apenas uma praça. Com um monumento a Camões e aos portugueses ao seu centro, ela é uma inspiração a quem quer que por ela passe.
Monumento a Camões e aos portugueses - Praça Luis de Camões, Ribeirão Preto/SP
foto: arq. pessoal
"Eu canto o peito ilustre lusitano a quem neptuno e marte obedeceram"
Monumento a Camões - detalhe
Foto: arq. pessoal
Nesse monumento Camões, altivo e altaneiro, guia os destinos incertos traçados pelo comandante de uma caravela. Embarco nessa nau portentosa que singra mares e oceanos - assim como fizeram os portugueses nas grandes navegações. Os canteiros da praça, então, transformam-se em cardumes; e seus farois em pequenas embarcações. Vou da popa à proa vigiando suas sombras e seus caminhos.
"Vou da popa à proa vigiando suas sombras"
Foto: arq. pessoal
Em seus bancos de madeira, jovens distraídos e senhores compenetrados são valentes guerreiros que cuidam para que ela resista às tormentas que teimam em transformar a cidade.
"Em seus bancos de madeira..."
Foto: arq. pessoal
O poeta tornou-se o guia que, na praça, cuida da condução de seu povo - e da minha travessia. Nessa navegação contorno o sudoeste de Portugal e o sul da Espanha. Vou além: passo pelo estreito de Gibraltar e sigo pela costa de Marrocos, na África, até atingir o Cabo Bojador no Saara Ocidental. A partir dali experimento mares nunca d'antes navegados...
O monumento aos portugueses, homenageando Camões, domina toda a praça. Camões lutou no norte da África (onde perdeu a visão do olho direito), fez muitas viagens, naufragou na foz do rio Mekong, reapareceu em Moçambique e retornou a Portugal para morrer, em 1580, em condição de extrema pobreza. Ficou conhecido na história e na literatura como o autor do maior poema épico da língua portuguesa - "Os Lusíadas", publicado há mais de quatro séculos.
Ao cruzar a praça que leva seu nome eu reverencio Camões e as viagens que, nessa travessia, inspirado por ele, diariamente faço.