sábado, 3 de abril de 2021

"EL IMAGINERO"

 


Gabriela Mistral (1889-1957)

https://recantodopoeta.com/gabriela-mistral/


GABRIELA MISTRAL é o pseudônimo da poetisa e diplomata chilena, Lucila de Maria del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga (1889-1957) - prêmio Nobel de Literatura de 1945. Questionando imagens religiosas, ela assim se expressou:


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"El imaginero" - (Gabriela Mistral)

https://www.youtube.com/watch?v=GJ8q0tweuAw


EL IMAGINERO

(Gabriela Mistral)

 

De qué quiere Usted la imagen?

Preguntó el imaginero,

tenemos santos de pino,

hay imágenes de yeso,

mire este Cristo yacente,

madera de puro cedro,

depende de quien la encarga,

una familia o un templo,

o si el único objetivo

es ponerla en un museo.

 

Déjeme pues que le explique,

lo que de verdad deseo.

 

Yo necesito una imagen

de Jesús El Galileo,

que refleje su fracaso

intentando un mundo nuevo,

que conmueva las conciencias

y cambie los pensamientos,

yo no la quiero encerrada

en iglesias y conventos.

 

Ni en casa de una familia

para presidir sus rezos,

no es para llevarla en andas

cargada por costaleros,

yo quiero una imagen viva

de un Jesús Hombre sufriendo,

que ilumine a quien la mire

el corazón y el cerebro.

 

Que den ganas de bajarlo

de su cruz y del tormento,

y quien contemple esa imagen

no quede mirando un muerto,

ni que con ojos de artista

sólo contemple un objeto,

ante el que exclame admirado

¡qué torturado más bello!

 

Perdóneme si le digo,

responde el imaginero

que aquí no hallara seguro

la imagen del Nazareno.

 

Vaya a buscarla en las calles

entre las gentes sin techo

en hospicios y hospitales

donde haya gente muriendo

en los centros de acogida

en que abandonan a viejos,

en el pueblo marginado

entre los niños hambrientos,

en mujeres maltratadas

en personas sin empleo.

 

Pero la imagen de Cristo

no la busque en los museos,

no la busque en las estatuas,

en los altares y templos.

 

Ni siga en las procesiones

los pasos del Nazareno,

no la busque de madera,

de bronce de piedra o yeso,

¡mejor busque entre los pobres

su imagen de carne y hueso!

O SANTEIRO

 

 

De que quer você a imagem?

Perguntou-lhe o santeiro:

Temos santos de pinho,

Há imagens só de gesso

Olhe este Cristo jacente,

Madeira de puro cedro,

Quem encomenda decide,

Uma família, uma igreja,

Ou se o único objetivo

É expô-la em um museu.

 

Deixe-me, pois, que lhe explique,

O que desejo de verdade.

 

Eu necessito uma imagem

De Jesus, o Galileu,

Que reflita o seu fracasso

Em busca de um mundo novo,

Que comova as consciências,

E que mude os pensamentos.    

       Eu não a quero guardada

Em igrejas e conventos.

 

Nem em casas de família

A presidir orações,

Não é para ser levada em andores

Carregada por voluntários.

Eu quero uma imagem viva

De um Jesus homem sofrendo

Que ilumine a quem o mire

O coração e o cérebro.

      

Que inspire vontade de retirá-lo     

De sua cruz e tormento,

E quem contemple a imagem

Não fique olhando um morto,

Nem com os olhos de artista

Só contemple um objeto

Diante do qual exclame admirado

“Que belo esse torturado!”

 

Perdoe-me se inda lhe digo,

responde ainda o santeiro,

Aqui não encontrará certamente

A imagem do Nazareno.

 

Vá procurá-la nas ruas

Entre o povo sem abrigo,

Nos hospícios e hospitais

Onde houver gente morrendo,

Nos centros de acolhimento

Onde abandonam os velhos,

No povo marginalizado,

Entre as crianças famintas,

Nas mulheres maltratadas,

E nas pessoas sem emprego.

 

Mas a imagem de Cristo

Não a procures nos museus,

Não a busque nas estátuas

Nos altares e templos.

 

Nem sigas nas procissões

Os passos do Nazareno,

Nem a busques de madeira,

De bronze, de pedra ou gesso,

É melhor procura entre os pobres

Sua imagem em carne e osso!

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