Ninguém precisa se interessar pelos assuntos e manifestações que me interessam. Para quê, então, falar disso? Afinal, cada um tem seus próprios interesses.
Acontece que, de vez em quando, a gente fica parado no meio do nada, e fica procurando se livrar de pensamentos que também nada acrescentam. Em assim sendo, acabo por dizer essa tremenda inutilidade: "gosto de tangos."
Como diria minha amiga Cidinha, "pronto, falei!"
- E daí?
Bom. Gosto da “pegada” do tango, das “punhaladas” do bandoneón, das frases as vezes longas, às vezes curtas do violino, e do piano saltitante com pitadas de classe e determinação. O par, homem e mulher, garbosos e compenetrados... os passos, avanços e recuos, miradas de canto de olho... vestido longo com abertura lateral... sensualidade...
Canto mentalmente um trecho do tango "Uno":
- “uno busca lleno de esperanzas el camino que los sueños prometieron a sus ansias... “.
Penso:
O Manuel Bandeira precisou que seus pulmões, um dia, se transformassem em foles de bandoneón. E eu sinto que os meus, nesse instante, precisam passar por essa mesma transformação.
- Um tango... e mais um.... e outro.... e todos os tangos.... para que a respiração atinja a perfeição!
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