Vaso grego (detalhe) (aprox. 450 a.C.) - "Orfeu tocando sua harpa"
https://user.phil.hhu.de/~holtei/surprise/popups/January07.htm
"Vai tua vida, pássaro contente,
vai tua vida, que eu estarei contigo"
(Monólogo de Orfeu - Vinícius de Moraes)
CLIQUE NA SETA PARA OUVIR ENQUANTO LÊ
"Valsa de Eurídice" (Vinícius de Moraes) - Baden Powell
https://www.youtube.com/watch?v=S6q9OldVVgg
https://www.youtube.com/watch?v=S6q9OldVVgg
Em um dos 15 livros de "Metamorfoses", Publius Ovidius Naso, ou simplesmente Ovídio (43 a.C./17 d.C), narra o mito de Orfeu. Na mitologia grega, Orfeu, um poeta muito talentoso, ganhara de seu pai uma lira e tornara-se um músico dedicado. Quando ele a tocava, as pessoas, os animais e a natureza ficavam encantados, apaziguados e fascinados com sua melodia. Perdidamente apaixonado, Orfeu estava prestes a se casar. No entanto, uma picada de serpente ocasionou a morte de sua noiva, Eurídice. Orfeu, então, desceu ao mundo dos mortos para tentar resgatá-la. Hades, deus dos mortos, e Perséfone, sua esposa, comovidos com a história e extasiados com o som da lira de Orfeu, decidiram atendê-lo, mas com uma condição: que ele não olhasse para ela até que chegassem ao mundo superior. Mas Orfeu não resistiu e, no caminho, olhou para Eurídice. Consequentemente, pela desobediência, Eurídice foi levada de volta ao mundo dos mortos.
Inspirado nessa narrativa, em 1954 Vinícius de Moraes escreveu a peça "Orfeu da Conceição", na qual transpôs o mito de Orfeu para a favela carioca.
Em "Orfeu da Conceição", todas as personagens normalmente são representadas por atores da raça negra; o instrumento é o violão, e não a lira. Com cenários de Oscar Niemeyer, Vinícius de Moraes escreveu as letras das músicas para a peça, que estreou no Rio de Janeiro em 1956, e Antônio Carlos Jobim as musicou. Na trilha sonora estavam: Ouverture; Monólogo de Orfeu; Um nome de mulher; Se todos fossem iguais a você; Mulher, sempre mulher; Eu e o meu amor; Lamento no morro.
"Ouverture", que, na abertura da peça, corresponde à apresentação dos temas das principais personagens, foi feita sobre a "Valsa de Eurídice", a qual, quando composta pelo Vinícius, tinha uma outra finalidade: servir de presente para sua filha, Suzana de Moraes, que bacharelava no ginásio*.
Na peça, Orfeu assim se despediu de Eurídice, sua amada, quando ela o deixa para rever sua mãe:
Depois a peça ganhou asas: em 1959 virou filme - o premiado "Orfeu Negro"**, que foi refilmado*** em 1999.
A peça deu uma dimensão internacional para a cultura e para a realidade de nosso país, inclusive com a inserção de folias de carnaval. Volta e meia releio "Orfeu da Conceição", e ouço a trilha sonora musicada por Tom Jobim. A cada releitura que faço me dou conta da falta que faz o nosso querido poeta, Vinícius de Moraes, e da infinidade de metamorfoses que sua obra promoveu e continua promovendo.
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*O próprio Vinícius contou essa história em um show realizado no Teatro Castro Alves, em Salvador/BA, no ano de 1973. O show "O poeta, a moça e o violão" está acessível em https://www.youtube.com/watch?v=oijNgbjC8gc&t=2328
**"Black Orpheus" ( Brasil, França, Itália, 1959. Dir.: Marcel Camus)
***""Orfeu" (Brasil, 1999. Dir. Cacá Diégues; música de Caetano Veloso)
Inspirado nessa narrativa, em 1954 Vinícius de Moraes escreveu a peça "Orfeu da Conceição", na qual transpôs o mito de Orfeu para a favela carioca.
Fonte: http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/teatro/orfeu-da-conceicao
Em "Orfeu da Conceição", todas as personagens normalmente são representadas por atores da raça negra; o instrumento é o violão, e não a lira. Com cenários de Oscar Niemeyer, Vinícius de Moraes escreveu as letras das músicas para a peça, que estreou no Rio de Janeiro em 1956, e Antônio Carlos Jobim as musicou. Na trilha sonora estavam: Ouverture; Monólogo de Orfeu; Um nome de mulher; Se todos fossem iguais a você; Mulher, sempre mulher; Eu e o meu amor; Lamento no morro.
"Ouverture", que, na abertura da peça, corresponde à apresentação dos temas das principais personagens, foi feita sobre a "Valsa de Eurídice", a qual, quando composta pelo Vinícius, tinha uma outra finalidade: servir de presente para sua filha, Suzana de Moraes, que bacharelava no ginásio*.
Na peça, Orfeu assim se despediu de Eurídice, sua amada, quando ela o deixa para rever sua mãe:
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"Monólogo de Orfeu" - Vinícius de Moraes
https://www.youtube.com/watch?v=lTlF_8QIHmQ
A peça deu uma dimensão internacional para a cultura e para a realidade de nosso país, inclusive com a inserção de folias de carnaval. Volta e meia releio "Orfeu da Conceição", e ouço a trilha sonora musicada por Tom Jobim. A cada releitura que faço me dou conta da falta que faz o nosso querido poeta, Vinícius de Moraes, e da infinidade de metamorfoses que sua obra promoveu e continua promovendo.
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*O próprio Vinícius contou essa história em um show realizado no Teatro Castro Alves, em Salvador/BA, no ano de 1973. O show "O poeta, a moça e o violão" está acessível em https://www.youtube.com/watch?v=oijNgbjC8gc&t=2328
**"Black Orpheus" ( Brasil, França, Itália, 1959. Dir.: Marcel Camus)
***""Orfeu" (Brasil, 1999. Dir. Cacá Diégues; música de Caetano Veloso)
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