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Johann Pachelbel - Canon in D Major
London Symphony Orchestra
O meu amigo Mauro presenteou-me com um livro: "William Shakespeare - the complete works" (as obras completas).
Capa do livro que ganhei - Foto: arq. pessoal
Em língua inglesa, o livro, belíssimo, com 1274 páginas, foi publicado em 1988 pela Oxford University Press. Lá em casa, a minha esposa, que participa na qualidade de coordenadora de um grupo de estudos da obra de Shakespeare, ficou encantada. Ao ver o livro, eu e ela trocamos ideias e concordamos no entendimento de que traduções nem sempre alcançam o espírito do que foi escrito pelo autor. Sei que, em seu grupo, cada um dos membros participantes acompanha os estudos em edições diferentes dos livros, portanto, com tradutores e traduções diferentes. Não posso ser egoísta e manter o livro só para mim - que, aliás, pelo volume, tenho páginas e mais páginas a serem lidas pela vida inteira - e nem sei se darei conta. Sinto-me na obrigação de deixar que essa edição que ganhei crie asas, que seja utilizada também pela minha esposa (Denise) e seu grupo. Assim, poderão ler os trechos das obras de Shakespeare traduzidas e, em seguida, coroar o entendimento que poderão ter consultando o texto na língua do autor. Fiquei contente em pensar no enriquecimento que a obra pode levar para o grupo. Mas fiquei curioso em descobrir os motivos que levam tanta gente, até hoje, a querer ler as obras de Shakespeare, quando há tantos outros autores modernos, mesmo antigos, a serem lidos. O enredo das tragédias do Shakespeare me parecem tão simples, tão juvenis...
Por isso é que eu, aprendiz de tudo, fico me perguntando: "Por que será que o Shakespeare é considerado um gênio?"
Bem, em uma pesquisa rápida, li que o destaque da obra de Shakespeare não está tanto no enredo, mas, especialmente, na exposição que ele faz dos sentimentos contidos na alma do homem.
Parece difícil, não é? Mas... calma, vou tentar me expressar melhor. Imagine que o homem da segunda metade do século XVI até os primeiros anos do século XVII, época em que Shakespeare viveu, levava uma vida com olhos voltados apenas para fora de si mesmo: a vida se resumia em nascer, passar os dias, e morrer. Ele acreditava que seu destino dependia apenas da vontade de entes superiores que regiam o universo. Shakespeare levou o homem ao palco e mostrou que ele mesmo poderia escolher seu destino: "Ser ou não ser?", ou seja, "o que fazer de minha própria vida?", é uma das indagações que ele mostra que podemos fazer. Com elas, expondo as tormentas da alma, Shakespeare inspira o homem a buscar, pela reflexão, um sentido para a sua existência, podendo assim se conhecer melhor e fazer a escolha de seus próprios caminhos.
Shakespeare, em suas obras, representa a natureza humana em sua variedade: em "Hamlet" está a traição, a cobiça, o desejo de vingança, o questionamento a respeito do valor da vida e o que fazer dela; em "Romeu e Julieta", as rixas, as rivalidades, o amor e a paixão; em "Otelo", o ciúme, a vingança; em "Rei Lear", a transitoriedade do poder; em "Macbeth", a ambição, a sede pelo poder...
Pensando na evolução do homem ao longo do tempo, de simples folha solta ao assopro dos ventos para condutor de seu próprio destino, pelo conhecimento de si mesmo, agradeço ao Mauro pelo presente que me deu, inspirando-me a querer ir um pouco mais adiante na tentativa de me conhecer melhor por meio da leitura e da reflexão a respeito das obras de Shakespeare... E, ainda, agradeço ao Mauro por me fazer ter vontade de bisbilhotar com maior intensidade, em diálogos domésticos, os estudos e as descobertas que a minha mulher e seu grupo andam fazendo.
Por isso é que eu, aprendiz de tudo, fico me perguntando: "Por que será que o Shakespeare é considerado um gênio?"
Willliam Shakespeare ("Retrato de Chandos")
Atribuída a artista inglês - séc. XVII - https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Shakespeare
Bem, em uma pesquisa rápida, li que o destaque da obra de Shakespeare não está tanto no enredo, mas, especialmente, na exposição que ele faz dos sentimentos contidos na alma do homem.
Parece difícil, não é? Mas... calma, vou tentar me expressar melhor. Imagine que o homem da segunda metade do século XVI até os primeiros anos do século XVII, época em que Shakespeare viveu, levava uma vida com olhos voltados apenas para fora de si mesmo: a vida se resumia em nascer, passar os dias, e morrer. Ele acreditava que seu destino dependia apenas da vontade de entes superiores que regiam o universo. Shakespeare levou o homem ao palco e mostrou que ele mesmo poderia escolher seu destino: "Ser ou não ser?", ou seja, "o que fazer de minha própria vida?", é uma das indagações que ele mostra que podemos fazer. Com elas, expondo as tormentas da alma, Shakespeare inspira o homem a buscar, pela reflexão, um sentido para a sua existência, podendo assim se conhecer melhor e fazer a escolha de seus próprios caminhos.
Shakespeare, em suas obras, representa a natureza humana em sua variedade: em "Hamlet" está a traição, a cobiça, o desejo de vingança, o questionamento a respeito do valor da vida e o que fazer dela; em "Romeu e Julieta", as rixas, as rivalidades, o amor e a paixão; em "Otelo", o ciúme, a vingança; em "Rei Lear", a transitoriedade do poder; em "Macbeth", a ambição, a sede pelo poder...
Meu amigo e Companheiro, Mauro Porto
Foto: Rotary Club de Ribeirão Preto - Oeste