sexta-feira, 4 de outubro de 2024

FALA-ME DE AMOR

 

Em um café (O Absinto) - (detalhe) - 1875-1876 - Edgar Degas (1834-1917)
óleo sobre tela - 92x68 cm - Museu D'Orsay (Paris)

    Edgar Degas (1834/1917) pintou muitas mulheres. Membro do grupo de impressionistas, ao invés de paisagens ou espaços abertos, preferia pintar ambientes fechados, mostrando a vida cotidiana. Gostava muito de pintar bailarinas: fez um grande número de telas a respeito do tema.
    Sempre que folheio livros que trazem suas obras, a tela que mais me pede tempo para observar é a de um casal em uma mesa de café, sentados um ao lado do outro: o homem, de chapéu e paletó escuros, apertando por entre os lábios um cachimbo, dirige o olhar em direção oposta à mulher a cuja presença está indiferente. Ela, de ombros caídos, tendo um copo de absinto à sua frente, transmite melancolia e tristeza no olhar, como se estivesse mendigando atenções.
    Imóvel e em silêncio, examinando atentamente o casal pintado, fico pensando no que poderia ser oferecido àquela mulher, naquele momento, naquele lugar, que tivesse a magia de fazer brotar alguma luz de seu olhar... Não, não creio que pudesse ser algo material; acabo por acreditar que a atenção de seu companheiro, acompanhada de palavras de carinho, certamente poderiam fazer renascer sua beleza e sua alegria... mas aí nem a mensagem do quadro, nem a transformação que poderia ser processada no observador seriam as mesmas...

Lucienne Boyer - "Parlez moi d'amour"
https://www.youtube.com/watch?v=rIAQWr34De0

Parlez-moi D'amour (Jean Lenoir)

 

Parlez-moi d'amour

Redites-moi des choses tendres

Votre beau discours

Mon cœur n'est pas las de l'entendre

Pourvu que toujours

Vous répétiez ces mots suprêmes :

"Je vous aime"

 

Vous savez bien

Que dans le fond je n'en crois rien

Mais cependant je veux encore

Écouter ce mot que j'adore

Votre voix aux sons caressants

Qui le murmure en frémissant

Me berce de sa belle histoire

Et malgré moi je veux y croire

 

Il est si doux

Mon cher trésor, d'être un peu fou

La vie est parfois trop amère

Si l'on ne croit pas aux chimères

Le chagrin est vite apaisé

Et se console d'un baiser

Du cœur on guérit la blessure

Par un serment qui le rassure

Fala-me de amor

 

Fala-me de amor

Diga-me as coisas ternas

Seu belo discurso

Meu coração não se cansa de ouvir

Cuide para que sempre

Você repita estas palavras supremas

"eu te amo"

 

Você sabe

Que no fundo eu não acredito nisso

Mas,  no entanto, eu ainda quero

Ouvir estas palavras que gosto de ouvir

A sua voz em sons carinhosos

Que o murmúrio emocionado

Me embala com sua bela história

E, apesar de mim, quero acreditar no que diz

 

É tão doce

Meu querido tesouro, ser um pouco louco

A vida é por vezes demasiado amarga

se a gente não acreditar em sonhos impossíveis

A dor é rapidamente apaziguada

e consola-se com um beijo

Do coração cura-se o ferimento

Por um juramento que o faz ressuscitar


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