No período anterior aos espanhóis havia no México diferentes civilizações. Dentre elas, a olmeca, maia, zapoteca, mixteca, huasteca, tolteca e mexica (ou asteca). Para conhecermos um pouco desses antigos habitantes do México e da sua história, o que há de mais indicado é uma visita ao Museo Nacional de Antropologia que fica no bosque de Chapultepec. Pois para lá fomos nós. Tomamos o metrô e descemos na estação Auditorio, bem na entrada do Bosque. A avenida que separa o Museu do Bosque (Paseo de La Reforma), nesse trecho, é verde e úmida: há árvores por todos os lados. Caminhamos. A nossa direita, o Bosque; à nossa esquerda, o Museu.
(Avenida entre o Bosque e o Museu: Paseo de la Reforma - arq. pessoal)
Chegando no Museu, bem na calçada da Avenida, está o monolito que representa Tlátoc, o deus da chuva para os astecas. É uma peça enorme e belíssima.
(Monolito que representa o deus da chuva - entrada do Museu - arq. pessoal)
Na fachada de entrada do Museu está o escudo nacional do México: uma águia pousada sobre um cacto, com uma cobra no bico.
(foto de cima: entrada do Museu; detalhe - escudo nacional do México na fachada da entrada - arq. pessoal)
Entrando no Museu há um auditório, uma sala de exposições temporárias, os escritórios administrativos, uma livraria e uma loja de réplicas de peças do museu. Na parte superior, a Biblioteca Nacional de Antropologia e História.
Logo em seguida, passando por uma porta onde compramos o bilhete de ingresso, há um enorme pátio, bem grande mesmo. Nesse pátio, chama a atenção uma enorme estrutura de concreto sustentada por um único pilar, como se fosse uma plataforma aérea sob a qual estão as muitas salas do museu. No térreo estão os achados arqueológicos do México antigo, com cada sala voltada para uma civilização ou região específica. No primeiro andar, as salas de etnografia.Tudo enorme e maravilhoso.
(pátio que dá acesso às várias salas do Museu - arq. pessoal)
Além do deus da chuva na entrada do museu e de um templo asteca, eu estava ansioso por conhecer a pedra do sol, e as cabeças olmecas. Eu havia visto uma réplica de uma cabeça olmeca pela primeira vez em Brasília, em dezembro/2010, quando conheci a embaixada do México e fiquei impressionado. Achei belíssima aquela homenagem aos antigos habitantes do México. Pude, agora, conhecer algumas cabeças olmecas originais no museu – e, claro, trouxe uma réplica para decorar meu local de trabalho.
(cabeça que representa os chefes governantes Olmecas - arq. pessoal)
Quanto à Pedra do Sol, essa é uma paixão antiga. No Museu, essa pedra é o destaque da sala asteca. É enorme!! Belíssima! Vi várias réplicas dessa pedra quando visitei Tijuana, em 1974, e trouxe uma para presentear minha mãe. Essa réplica que trouxe, contudo, desapareceu... Pude então, agora, escolher uma outra réplica para marcar essa visita. Essa pedra, indevidamente chamada de Calendário Asteca, conta o início do mundo asteca e traz inscrições ao redor do deus da terra ou do sol, no centro, representando os 20 dias do calendário ritual asteca - o qual tem 18 meses. Os astecas acreditavam que viviam no quinto e último sol que, para eles, era sinônimo de criação - e que já haviam existido quatro sóis. Tudo isso está entalhado na pedra do sol...
("Pedra do Sol" - conhecida como "Sol Asteca" - arq. pessoal)
Depois de um dia inteiro dentro do Museu, ouvindo os guias darem suas explicações (a outros visitantes), os grupos de turistas atentos, e ainda com muita coisa que não conseguimos ver, saímos lá de dentro muito cansados. Mas, na saída do Museu havia uma dezena de barraquinhas onde as pessoas se aglomeravam para ver as peças de artesanato expostas para venda... e também para comer tacos, doces, pipoca... Vimos ouro em forma de fruta: mangas!!. Havia muitas barraquinhas de frutas, como há muitas delas espalhadas por todas as regiões da cidade por onde passamos. Em especial as mangas que vendiam ali encheram minha boca de desejo: eram cortadas em fatias e enfiadas em um copo de plástico. Amarelinhas... Não resistindo ao convite dos olhos e ao impulso do estômago, escolhemos um copo e, com um garfinho de plástico, metidos no meio daquele povo simpático, “enchemos a cara” – e a boca – de manga. Não contentes repetimos a dose, com a maravilhosa sensação de que estávamos tomados pelo espírito de todos os deuses e espíritos dos antigos habitantes do México.
(uma manga fatiada em um copo, na saída do Museu)
Ciudad de Mexico, agosto/2011