A Cidade do Mexico vista de cima, à noite, reluz ouro e prata. As luzes amarelas e brancas da cidade, dispostas em blocos bem definidos, sugerem a existência de etnias distintas. Contudo, caminhando pelas calçadas e praças, envolvido na multidão que circula pelas ruas e pelas estações de metrô, observo seres humanos cordiais, simpáticos e prontos para conversar, dar atenção e prestar informações. Todos! São pessoas simples, com cabelos negros e estatura homogênea, com cor de pele resultante da miscigenação do europeu com o indígena, com predominância dos genes deste. São baixos em estatura. Raramente vejo algum homem calvo, dificilmente percebo pessoas de cabelos brancos ou obesas. Percebo que sou alvo de olhares pelo tipo físico, cabelos brancos e calvície acentuada. Sinto vontade de conversar com cada um destes seres que passam por mim; vontade de perguntar-lhes de suas vidas, de seus hábitos, de seus afazeres... Inicio um diálogo sempre que me sinto confortável para isso, e me alegro quando, perguntando se percebem pelo meu sotaque de onde sou, recebo em resposta um sorriso e uma expressão de alegria: “Ah, amigos de Brasil!”
(Plaza Garibaldi - "Ah, amigos de Brasil !!" - arquivo pessoal)
De pé ou sentado, espremido nos bancos dos trens do metrô, observo a multidão chacoalhando conforme o carro se movimenta. Em geral entre uma estação e outra um jovem liga um aparelho de som adaptado a uma mochila que carrega em suas costas e, em alto volume, passa uma por uma das músicas que tem gravado em CDs que traz para vender. “Solamente diez pesos”, gritam o tempo todo... "Baratíssimo!", penso eu. Esforço-me para me conter e não comprar todos: mambo, bolero, pasodoble, mariachis... tem de tudo, e de ótima qualidade... Quando, mesmo espremido, consigo tirar do bolso a carteira de moedas, encho a mão de dinheiro e compro de tudo com a alegria de menino deslumbrado que adquire um mundo inteiro de informações de um povo que vive em uma região do mundo culturalmente riquíssima, na certeza de que recebo muito mais do que estou dando em troca.
(Estação de metrô da Ciudad de Mexico: Zocalo - arquivo pessoal - 03ago2011)
que beleza! já estou louca pra ler a segunda parte de suas impressões sobre a Cidade do México! beijo. Paty
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