sábado, 20 de agosto de 2011

FRIDA KAHLO: MINHAS IMPRESSÕES A RESPEITO DA CIDADE DO MÉXICO - IV


("Paloma Negra" - Chavela Vargas)

 “Coyoacán” significa “lugar dos coiotes”. É um bairro artístico e boêmio. Foi nesse lugar que Hernán Cortez, colonizador espanhol, destruidor do império asteca e sanguinário “prá caramba”, fundou a primeira prefeitura do México.

Nesse bairro, na Calle Londres, 247, Frida Kahlo nasceu, viveu com o muralista Diego Rivera, e morreu. Sua casa, hoje, é o Museu Frida Kahlo, também conhecido como “Casa Azul”.



        Frida Kahlo, uma das artistas mais importantes do século XX, despontou na arte e na vida, apesar de ter sido acometida de paralisia infantil, e dos graves problemas de coluna decorrentes de um acidente de trânsito. Todos esses sofrimentos, inclusive os de forte paixão, estão traduzidos em sua obra e na intensidade das cores dos seus trabalhos. 

   

De San Pedro de lon Pinos, com duas conexões nas estações Tacubaya e Centro Médico, descemos na estação Coyoacán ao lado de um Centro comercial. Dali caminhamos por umas oito quadras, passando pelo parque Viveros de Coyoacán, chegando ao nosso destino: Museu Frida Kahlo. A casa na esquina é de um azul bem escuro, diferente, que chama a atenção de quem por ali passa.

Compramos o boleto de ingresso (65 pesos), pagamos mais sessenta para podermos tirar fotos, e entramos. A casa é enorme. Logo na entrada subimos uma pequena escada que dá acesso às salas, onde estão expostas algumas de suas obras, além de inúmeros objetos relacionados ao seu marido, Diego Rivera. Ali, além das pinturas de Frida, estão expostos diários, cartas, cerâmicas e outros objetos. Estão ali também a cadeira de rodas de Frida e um dos coletes ortopédicos que ela usava.

        Há em exposição menos obras do que imaginávamos que tivesse. Creio que grande parte de seu trabalho encontra-se em outros museus espalhados pelo mundo. Contudo, chamou-me a atenção a vivacidade das cores dentro daquela casa/museu. Cozinha de piso amarelo ouro; cadeiras e mesa igualmente amarelas; nas paredes, há uma centena de pequenos objetos dependurados. Uma festa! Em tom de brincadeira, e tomado pelo meu espírito de brasileiro convicto, “à moda Villa-Lobos”, disse a minha companheira que a Frida certamente havia estado na Bahia, de onde brotou toda inspiração para o desenvolvimento de seu trabalho... 



 

        Depois de ter levado uma pequena bronca amistosa, e de ter esboçado espontaneamente um sorriso infantil em decorrência da brincadeira, eu e a companheira descemos as escadas internas que dão acesso a um quintal. Enorme e belíssimo. Há uma fonte ao pé dos degraus, com muitas plantas, além de um templo asteca construído em homenagem a esse povo, ainda no tempo de Frida e Diego. 



        Sentamo-nos ali no quintal por um momento, olhando tudo aquilo, conscientes de que estávamos em um lugar onde a vida pulsou forte... e ainda pulsa com toda energia que ali chega e se renova, trazida por turistas de todo o mundo... nós inclusive. Quanto a mim, especificamente, a sensação foi de que recebi muito mais energia, encanto e estímulo do que levei... 



        Dali voltamos para o Hotel, não sem antes comprarmos em uma barraquinha do bairro uma cesta com a pintura do rosto da Frida.

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