Plaza Garibaldi... Em uma das esquinas estava a casa de shows: EL RINCON DEL MARIACHI. Dali de dentro vinha o som impecável de um grupo Mariachi que acompanhava um jovem cantor vestido de branco (Gabriel Castro). Olhamos tudo, detalhadamente, e não resistmos: impossível sair dali, deixar de lado aquele universo maravilhoso... Sentamo-nos à uma mesa em frente ao palco com os ouvidos atentos e os olhos vidrados em tudo que nos estava sendo apresentado naquele ambiente: pouca luz, enfeites coloridos por todos os lados, salão pequeno, “clima” de “boteco undergroud”... música e artistas de altíssima qualidade. Um verdadeiro mundo encantado para quem simplesmente tinha guardado na mente apenas imagens projetadas pelo cinema e pelo imaginário. Era exatamente como eu queria que fosse – com exceção das “Peleas de Gallos” que ali havia, segundo mostrava o folheto promocional.
Embalados pela Cerveza Indio, de fabricação mexicana, tequila e tacos, assistimos a apresentação de dois cantores, uma cantora, e um casal de bailarinos. No intervalo de uma música para outra os artistas perguntavam para cada casal da platéia de onde vinham e o que gostariam que cantassem. Ao descobrirem-nos brasileiros, gingavam o corpo e cantarolavam “Aquarela do Brasil”, do Ary Barroso. Claro que eu os ajudava na letra... O terceiro cantor, Juan Manuel, vestido de roupa de couro preta justíssima e também de sombrero preto - apelidado “El Bohemio de Mexico” -, ofereceu-me o microfone para “ilustrar” sua interpretação de uma das músicas que apresentava. Eu, com a timidez deixada para trás lá nos meus trinta anos, fazia o que podia para não decepcionar a ele ou a todos que ali estavam... e, “por supuesto”, não desapontar a mim mesmo. No final, disse que queria que lhe pedíssemos uma música. Eu, embalado pelo entusiasmo constante de minha companheira, sugeri de imediato “La Calandria”. Ele admitindo não se lembrar da letra, cantarolou trechos com a ajuda dos mariachis que o acompanhavam. Em seguida apresentou-a brilhantemente - com meu auxílio, modéstia à parte - nos trechos onde as palavras da letra lhe faltavam. No final foram muitos os aplausos (a ele, obviamente).
(foto de cima - com Juan Manuel - "El Bohemio de Mexico"; foto do meio - Hafze-Ba no palco - "La Voz Angelical"; foto de baixo - com Hafze-Ba)
Trouxemos daquela praça e daquela apresentação vários abraços e muitas fotos dos cantores com esse brasileiro que, com muito prazer, escolheu de cada artista um CD com dedicatória e autógrafo marcando nossa estada ali naquela noite... que ficará eternamente na minha lembrança.
Ciudad de Mexico, 02ago2011
demais, tio! Quase comprei uma passagem pra ir agora mesmo! beijo
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