segunda-feira, 16 de setembro de 2013

SARAH VAUGHAN E A MÚSICA BRASILEIRA


(CLIQUE NA SETA PARA OUVIR)
("Bridges" - Travessia - S. Vaughan e M. Nascimento - do disco "O som brasileiro de Sarah Vaughan" - 1978)


"Há uma categoria para mim.
Gosto de ser identificada como
uma boa cantora de boas canções
e de bom gosto"
(Sarah Vaughan)


     Sarah Vaughan foi uma cantora norte-americana com uma das vozes mais maravilhosas que já ouvi. Nascida em 1924, fez sua primeira gravação em 1944. Cantava jazz. Porém, não se considerava uma cantora exclusivamente de jazz. Ela dizia que gostava de fazer e cantar todo tipo de música.

     E foi por intermédio da MPB que eu a conheci em 1978 ou 79, por aí, quando em alguma estação de rádio a ouvi cantando "Travessia", em inglês, em uma gravação com o Milton Nascimento. Achei totalmente diferente aquela interpretação, e maravilhosa aquela voz forte, com passagens de graduações do grave para o agudo, e vice-versa, com elegância e delicadeza: muita técnica combinada com emoção!

("O som brasileiro de Sarah Vaughan - capa do disco - fonte: http://epifaniar.blogspot.com.br/2011_10_01_archive.html)

     Na época não era fácil encontrar os discos que a gente queria... e também o dinheiro era direcionado para as prioridades... Mas, como para mim música sempre foi prioridade, encontrei o disco e o comprei sem pensar duas vezes. 

     O disco chamava-se "O som brasileiro de Sarah Vaughan" - nos Estados Unidos foi lançado com o nome "I Love Brazil". Nele, todas as músicas gravadas são brasileiras, e nas gravações houve a participação (inclusive vocal) de alguns artistas brasileiros, tais como Milton Nascimento, Dorival Caymmi, Mauricio Einhorn, Wilson das Neves, Marcos e Paulo Sérgio Valle, Tom Jobim, e outros - cada qual em uma música específica.

     A Sarah Vaughan já havia estado no Brasil em 1958. Mas essa afinidade com a música brasileira nasceu de uma passagem sua por aqui em 1970, quando também participou de uma gravação antológica de programa de TV com o Wilson Simonal.

     Guardo "O som brasileiro de Sarah Vaughan" em vinil até hoje,  com muito carinho, mesmo depois de tê-lo comprado em CD. É, sem dúvida, um dos discos dos quais mais tenho ciúme. Ali ela gravou versões em inglês de clássicos como "Travessia" ("Bridges"), "...Das Rosas" ("Roses and Roses"), "Se todos fossem iguais a você" ("Someone to light up my life")...

     Depois disso, em 1979, ela voltou a gravar músicas brasileiras em um outro disco igualmente belíssimo chamado "Copacabana" (do qual eu destaco a maravilhosa "Tetê", de Menescal/Bôscoli; "Bonita", do Tom; "Copacabana" de Braguinha/A.Ribeiro,... e simplesmente todas as outras).  

     E, como se não bastassem dois discos, em 1987 gravou também "Brazilian Romance" - o terceiro disco com músicas brasileiras.
  
     Sarah Vaughn morreu em abril de 1990.

     Eu, até hoje, continuo me surpreendendo com as descobertas que vou fazendo em suas gravações. Ela é considerada pelos críticos uma das dez maiores cantoras de todos os tempos. Não me canso de ouvi-la.

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