O Rio Sapucai separa as cidades de Guará/SP e São Joaquim da Barra/SP. Hoje, em cada uma de suas margens, há somente ranchos, vegetação e nada mais. Mas haverá um dia, em um futuro longínquo, que o crescimento populacional ocorrerá de tal forma que essas duas cidades se desenvolverão a ponto de que suas ruas, suas casas e construções estarão às margens do rio. Em uma margem Guará; na outra, São Joaquim...
(O Rio Sapucaí, que separa as cidades de Guará e S.J. da Barra - fonte: arq. pessoal)
Pois lá no norte da Inglaterra, quase na Escócia, há um rio chamado "Tyne" separando duas belas cidades: Newcastle-upon-Tyne e Gateshead. A ligá-las, dentre outras, duas pontes se destacam: a Tyne Bridge (inaugurada em 1928), e a Ponte do Milênio - ou "ponte que pisca" - (inaugurada em setembro/2001).
(À esquerda Newcastle; à direita, Gateshead. Em primeiro plano a Tyne Bridge; ao fundo a Ponte do Milênio; à direita, "The Sage" - fonte: arq. pessoal)
Assim, da Tyne Bridge, do lado de Newcastle, olhando para Gateshead, o que se vê em destaque é uma construção de vidro bastante moderna chamada "The Sage" (uma casa de shows com três salões enormes).
E, da Tyne Bridge, do lado de Gateshead, olhando para Newcastle, o que se vê em destaque é o Guildhall (antigo centro administrativo da cidade) - além de muitas construções antigas.
("The Sage", às margens do "Tyne", visto de Newcastle - fonte: arq. pessoal)
E, da Tyne Bridge, do lado de Gateshead, olhando para Newcastle, o que se vê em destaque é o Guildhall (antigo centro administrativo da cidade) - além de muitas construções antigas.
(Entrada do Guildhall - Newcastle - fonte: arq. pessoal)
(Guildhall - Newcastle - antigo salão de audiências - fonte: arq. pessoal)
(Construções em Newcastle, c/ estrutura de madeira, às margens do Tyne - fonte: arq. pessoal)
Lembrei-me de tudo isso ontem à noite enquanto cortava uma laranja ao meio para fazer um suco.
Interessante essa coisa de ligação de pensamentos. Veja só. De uma laranja cheguei ao Rio Tyne! E entendo o porquê: em um primeiro jantar de confraternização rotariana de que participei em Newcastle, em 2011, fomos a um restaurante na entrada da Tyne Bridge. Nesse jantar, o prato que nos foi servido foi "pato chinês ao molho de laranjas" - daí a ligação com as laranjas do meu suco de ontem à noite.
Conto isso também porque, depois da belíssima confraternização formal no restaurante, meus anfitriões me levaram a um pub ao lado da Guildhall. Lá tomamos vários tipos de cerveja, ouvindo um animado grupo de estudantes da Newcastle University tocar e cantar músicas tradicionais irlandesas.
(Em um pub, ao lado do Guildhall - grupo de estudantes tocando músicas tradicionais irlandesas - fonte: arq. pessoal)
CLIQUE PARA OUVIR O QUE OUVI E FILMEI
(Um momento bem animado, com música tradicional irlandesa, dentro do pub. Fonte: arq. pessoal)
Ao irmos embora já bem tarde da noite, o Rob - que me levava à casa do Peter em Cramlington, onde eu estava hospedado (a 14 quilômetros de Newcastle) -, animado com a conversa no carro, com as cervejas que haviamos tomado e os ritmos das músicas que havíamos ouvido, errou o caminho em uma das muitas rotatórias existentes por lá. E, ao se dar conta disso, ficou todo sem jeito, me pedindo mil desculpas.
Enquanto ele consultava mapas rodoviários, eu, contente por estar naquele lugar do mundo onde nunca havia imaginado estar, fiquei me lembrando das muitas vezes em que me perdi pelas ruas e estradas do Brasil, e do que sempre ouvi de minha mulher em situações como essa: "nós não estamos perdidos; nós estamos tendo oportunidade de descobrir novos caminhos!". E foi justamente isso que respondi ao Rob pelos seus pedidos de desculpas. E seguimos a rota do mapa até chegarmos em Cramlington.
(O Rob - fonte: arq. pessoal)
Enquanto ele consultava mapas rodoviários, eu, contente por estar naquele lugar do mundo onde nunca havia imaginado estar, fiquei me lembrando das muitas vezes em que me perdi pelas ruas e estradas do Brasil, e do que sempre ouvi de minha mulher em situações como essa: "nós não estamos perdidos; nós estamos tendo oportunidade de descobrir novos caminhos!". E foi justamente isso que respondi ao Rob pelos seus pedidos de desculpas. E seguimos a rota do mapa até chegarmos em Cramlington.
(Cramlington - detalhe - fonte: arq. pessoal)
Naquela noite não dormi direito. Estava doido para amanhecer o dia e criar cumplicidade com os detalhes de cada uma das coisas para as quais eu estava sendo apresentado.
Agora aqui, relembrando tudo isso, filosofo comigo mesmo:
- "Uma laranja pode conter duas cidades as quais, divididas ao meio por uma faca, derramam seu suco... que são as águas do Rio Tyne".
Agora aqui, relembrando tudo isso, filosofo comigo mesmo:
- "Uma laranja pode conter duas cidades as quais, divididas ao meio por uma faca, derramam seu suco... que são as águas do Rio Tyne".
Snobbish.
ResponderExcluirUau... um comentário em inglês! Obrigado, mais uma vez, pela disposição em ler e comentar o texto. Grande abraço.
ExcluirGostei do texto e também apreciei o comentário da esposa, dizendo que nunca estão perdidos... estão descobrindo novos caminhos. É por aí, Elias. Abraço!
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