("O poeta pobre" - Carl Spitz, 1839)
Norman Manea, escritor romeno, assim se refere aos poetas e escritores:
“No mundo-circo, o poeta parece um Augusto, o Tolo, mal equipado para o cotidiano em que seus semelhantes oferecem e recebem suas parcelas próprias de realidade comestível. No entanto sua fraqueza pode ser vista como força não convencional e indireta; sua solidão, como um tipo mais profundo de solidariedade; sua imaginação, como um atalho para a realidade. (...) Todos os verdadeiros escritores são exilados deste mundo, mesmo quando (...) eles dificilmente deixam seus quartos.”
Nos versos abaixo, de Augusto Frederico Schmidt, o mundo vazio, o homem vazio... e a necessidade da poesia para contentar:
Vazio
A poesia fugiu do mundo.
O amor fugiu do mundo —
Restam somente as casas,
Os bondes, os automóveis, as pessoas,
Os fios telegráficos estendidos,
No céu os anúncios luminosos.
A poesia fugiu do mundo.
O amor fugiu do mundo —
Restam somente os homens,
Pequeninos, apressados, egoístas e inúteis.
Resta a vida que é preciso viver.
Resta a volúpia que é preciso matar.
Resta a necessidade de poesia, que é preciso contentar.
A poesia fugiu do mundo.
O amor fugiu do mundo —
Restam somente as casas,
Os bondes, os automóveis, as pessoas,
Os fios telegráficos estendidos,
No céu os anúncios luminosos.
A poesia fugiu do mundo.
O amor fugiu do mundo —
Restam somente os homens,
Pequeninos, apressados, egoístas e inúteis.
Resta a vida que é preciso viver.
Resta a volúpia que é preciso matar.
Resta a necessidade de poesia, que é preciso contentar.
Concluo, então, essa postagem, com as palavras finais de Natália Correia, poetisa açoriana, em "A Defesa do Poeta":
"(...)
ó subalimentados do sonho !
a poesia é para comer".
a poesia é para comer".
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