sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A CHEGADA


(para assistir o vídeo clique na seta, na parte de baixo, do seu lado esquerdo)
                                                       
       ("A Chegada" - nov/12 - arq. pessoal - música: "The Boxer", de Simon & Garfunkel)


                                                                                Aos meus amigos conterrâneos
                                                                                   que vivem em lugares distantes.                                  

   Quantas vezes fizemos esse trajeto? Quantas vezes mais o faremos? A paisagem às margens da rodovia já é outra; a vida seguiu em frente. A rodovia tornou-se uma ponte que liga margens distantes às margens de nossa identidade. Todas elas se entreleçam e convergem para um mesmo destino. A curta avenida de entrada é a expectativa de revisita às histórias guardadas nas ruas, nas árvores, nas casas e nos muros que transpomos ao olhar

   Na chegada os imóveis passam, silenciosos, e nos contam o que, de nós, guardaram. São eles também, guardiões do que já fomos, pontes que nos ligam ao que já não existe mais. 

   Na esquina um aceno: alguém em uma bicicleta, parado, olha e comenta com o olhar indeciso: "acho que conheço...". 

   Seguimos tecendo nossas pontes. Das grandes, suspensas, feitas de treliças de aço, às frágeis pinguelas de tronco de árvore. Pontes das nossas histórias de chegada às nossas pontes de partida; das lembranças gloriosas às insignificantes. Todas estão ali - nas paredes, nas ruas, nos muros - guardadas: cada um que passa inevitavelmente as descortina - e se nutre de expectativas inúteis de retomá-las. 

   Essas expectativas, mesmo que inúteis, são os mais doces retratos do universo que nos deu uma identidade...     

(Homenagem a um conterrâneo que vive muuuuuito longe - fonte: facebook do "Hiró")

Nenhum comentário:

Postar um comentário