quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A PONTE


("Já fui bela, já fui forte" - Antiga ponte sobre o Rio Sapucaí, limite dos Municípios de Guará e São Joaquim da Barra/SP - foto: arq. pessoal)



O tempo passou. Já fui bela, já fui forte, já fui única. Muitos passaram por mim. Muitos nem me viram. Muitos que me viram, me esqueceram. Outros nunca me esquecem. Outros ainda me olham. Continuo firme, suspensa em minhas estruturas de ferro, concreto e asfalto. Já não tão firme e bela quanto antes. Mas continuo ali. Outras foram construídas para me substituir - mais fortes, mais práticas, mais largas, mais úteis. Fiquei de lado, paralela, inserida na paisagem, guardando as minhas e as suas histórias - que renascem quando você cruza o rio e me olha... atentamente... 


("Outras foram construídas" - Ponte sobre o Rio Sapucaí, limite dos Municípios Guará e São Joaquim da Barra/SP, na Via Anhanguera - foto: arq. pessoal)

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

DESCOBRINDO PORTO ALEGRE




Pronto. Chegou do sebo, em cima da hora, via correio, o meu livro: “Traçando Porto Alegre” - textos do Luis Fernando Veríssimo e traços do Joaquim Fonseca. No feriado, é prá lá que vou: Porto Alegre! 

("Deu prá ti" - Kleiton e Kledir)

Quando viajo gosto de levar uma ideia e uma expectativa do que poderá ser visto. Assim os lugares ganham alma e me levam a uma dimensão muito diferente daquela que atinjo com o simples olhar. Por isso quero ler o livro antes de ir. Quero saber o que disseram o LFV e o Joaquim Fonseca. Já folheei várias páginas: o “Monumento ao Laçador”, o prédio dos correios e telégrafos, a escadaria que liga as Ruas Formosa e do Arvoredo, o teatro São Pedro, o Palácio Piratini, a Fonte Talavera de la Reina, e muita, muita coisa mais - são estruturas físicas transbordantes de vida. Revolução Farroupilha, Bento Gonçalves, Júlio de Castilhos, Mário Quintana – todos nomes ligados ao Rio Grande do Sul que, dos livros de História e Literatura, renascem... Agora eu apenas vejo lugares e personagens no papel, nos textos e na imaginação... Logo mais, equipado com as imagens que serão criadas ao ler o livro, vou além, vou “straight to the point”(direto ao ponto), vou estabelecer laços de afeto com esse pedacinho do Brasil - e vou ver meu tio, tia e primas.

Por isso, com licença! O livro me espera: Desde agora, “Vou prá Porto Alegre, e tchau!”

RP, 12nov2012

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

OS AMIGOS E O QUINTAL



     No quintal, debaixo de uma mangueira, nos posicionávamos. À nossa frente, o fotógrafo. Comemorávamos os aniversários. Meninos e meninas de um tempo que já vai longe. Amigos. Todos transbordando os anseios de uma vida inteira. O que foi feito dos sonhos de cada um? Constituímos nossas famílias, procuramos outros horizontes, partimos para lugares distantes, acertamos e erramos...: o que importa é que deixamos no quintal muito do que fomos naquele dia, naquela hora...

 ("A comemoração de um aniversário meu" - fonte: arq. pessoal)


 ("A comemoração de um aniversário da minha irmã" - fonte: arq. pessoal)


     Hoje, no quintal, já não há mais a mesma mangueira... 

 ("O quintal" - fonte: arq. pessoal)


     Mas há um mamoeiro, uma bananeira, uma mexeriqueira e muitas plantas.

 ("As plantas no quintal" - vista parcial - fonte: arq. pessoal)


     Nas tardes de sol há maritacas e pardais. Ao fundo, além do muro, um cipreste enorme aponta para o alto, como que a indicar o futuro. O quintal guarda a memória dos bons amigos que um dia fomos... e que sempre haveremos de ser.


(CLIQUE NA SETA PARA OUVIR)
("Amigos para siempre" - friends for life - Andrew Lloyd Webber / Don Black - composta para as Olimpíadas de Barcelona, 1992)