quinta-feira, 4 de junho de 2015

LONDON TOWN


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(Paul McCartney & Wings - London Town)

     A descoberta de uma cidade está em se ir muito além de sua superfície. Descobrir é poder nela caminhar sem querer atropelar o tempo; é querer morar dentro de cada coisa que se olha, com olhos tão lentos que precisam retornar à origem de um tempo: "Quais mãos construíram aquele monumento? Quais personagens da história passaram por aqui? Sir Winston Churchill? Oliver Cromwell? Thomas More?... E quando estiveram aqui, se é que estiveram, o que viram? o que pensaram? Conhecer é criar afinidades, é ouvir o barulho das ruas, é olhar para as pessoas que caminham, sentir os odores dos seus cafés, de seus parques e de seus restaurantes... é sentir que, tempos depois, com laços de afinidade tendo sido criados com tudo o que foi visto, trazer guardada a sensação de que ficou ainda muito mais por ser revelado...

(Região central de Londres: fonte: http://www.itineraireshumanistes.org/wp-content/uploads/2013/11/carnet_de_lecture_no_pasaran_londres.jpg)

     E foi com esse espírito que, em East Ham, eu e Denise pegamos o ônibus 25 para Oxford Circus. Sem destino certo, não sabíamos que, dependendo do 25, o ponto final poderia ser diferente. E fomos parar em Banks - ponto final daquele 25. 

     Não lamentamos. Olhei para o lado e descobri que estava ao lado do Bank of England - o Banco Central do Reino Unido - tendo bem em frente, e no centro de uma pequena praça, o monumento aos londrinos que lutaram na Primeira Guerra Mundial.

(Monumento aos londrinos que lutaram na 1ª Guerra Mundial - foto: arq. pessoal)

     Com essa bela surpresa logo captamos a mensagem: é à pé e na locomoção por transporte público que os detalhes de Londres ficam expostos, que a cidade,  em sua essência, vai sendo revelada.

     Com um mapa nas mãos descemos a King William Street. Mesmo em um dia ensolarado como aquele, um vento frio soprava forte no meu rosto. E caminhando assim, rosto, mãos e pés gelados, atento aos detalhes, chegamos à London Bridge - uma das pontes que cruzam o Rio Thames. Do seu centro avista-se a Tower Bridge de um lado e a Southwark Bridge do outro. 

(Detalhe de identificação em pilar da London Bridge - foto: arq. pessoal)

(De seu centro avista-se a Tower Bridge de um lado - foto: arq. pessoal)

     Atravessamos a ponte e, margeando o rio, seguimos caminhando em direção à "Tower Bridge". Passamos pelo "HMS Belfast" - navio-museu da Marinha Britânica que está permanentente ancorado ali...

("HMS BELFAST" - foto: arq. pessoal)

...pela "Hay's Gallery" - uma galeria muito bonita com escritórios, lojas e restaurantes...

(Denise em Hay's Gallery - foto: arq. pessoal)

... e pela Prefeitura de Londres - "City Hall" - ...

("Prefeitura de Londres" - fonte: http://www.mobilize.org.br/midias/noticias/a-famosa-london-bridge-e-a-prefeitura-de-londresa-famosa-london-bridge1.jpg)

... até chegarmos, por fim, na entrada da Tower Bridge - aquela ponte que se abre para os navios. Sentamos por alguns minutos em frente à Hay's Gallery para comer um pedaço de chocolate, e também para sentirmos o prazer de simplesmente ficarmos olhando a Tower Bridge à nossa frente.

("Tower Bridge" - foto: arq. pessoal)

     Em seguida, por escadas, subimos na ponte e vagarosamente caminhamos por ela. Deixo o meu testemunho aqui de que lá em cima, bem na junção de suas duas partes, e em função do tráfego de veículos, ela vibra. E como sou medroso, para me distrair, ali mesmo comprei um saquinho de castanhas torradas e, comendo, desci do outro lado da ponte, onde está a "Tower of London" - que já foi um centro de prisão e tortura, mas que hoje abriga as jóias da Coroa Britânica.

(Tower of London - foto: arq. pessoal)

     De Tower Bridge caminhamos até Trafalgar Square - onde está a National Gallery - ...

(National Gallery, vista da Trafalgar Square - foto: arq. pessoal)

... e de lá, passando por Picadilly Circus,  seguimos caminhando pela Regent Street,...

(Regent Street - foto: arq. pessoal)

... onde tomamos um café no "Costa", passamos por Oxford Circus, pela All Souls Church e pela BBC.

     Por fim, entre canteiros de flores e perfumes de final de tarde, terminamos nosso passeio do dia no Regent's Park. No peito, a sensação era de que naquela cidade havia ainda muito a ser desvendado.

("Com tudo o que foi visto, trazer guardada a sensação de que ficou ainda muito mais por ser revelado" - foto: arq. pessoal)

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