sexta-feira, 14 de junho de 2013

O SINO DO RONDON


A idéia da existência de um sino é a de ter sido feito para produzir um som anunciando alguma coisa. Muitos acabam incorporados à cultura, à História de um determinado lugar, e acabam até ganhando nome.

O famoso "Liberty Bell" (sino da Liberdade), por exemplo, é o símbolo que marcou o início do nascimento de um país independente. Seu toque mais famoso, em 1776, convocou os cidadãos da Filadélfia para a leitura da Declaração da Independência dos Estados Unidos. Esse sino está exposto publicamente, como marco daquele momento histórico, na cidade da Filadélfia.

( "The Liberty Bell" (o sino da liberdade) - Filadélfia, EUA - fonte: 7usa8.com)


O "Tsar Kolokol" (Sino dos Sinos), exposto no Kremlin em Moscou - sede do governo da Rússia - é considerado o maior sino já fundido em bronze. 


("Tsar Kolokol" - Moscou - fonte: pt.wikipedia.org)


O mais antigo do mundo, datado de 1287, foi encontrado em 2002 em escavações arqueológicas feitas junto à igreja de São Pedro, em Coruche - Portugal. Está hoje no Museu de Coruche.


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("Sino encontrado nas escavações em Coruche, Portugal"- fotos (1) superior, conforme encontrado; (2) inferior, reconstituído - fonte: www. archeofactu.pt)


Há também uma porção de sinos anônimos que desapareceram porque foram fundidos e tornaram-se um canhão de guerra. E esse canhão está aqui no Brasil. Mais especificamente na cidade do Rio de Janeiro, no Museu Histórico Nacional. Ele fica ali "guardado" e exposto como troféu militar, tomado que foi na Guerra do Paraguai (1864/1870). 



("Canhão El Cristiano" - fonte: www.forte.jor.br)


Mas, veja só que coisa! Silenciaram uma cidade e as mensagens vindas de seus sinos para transformar seus sons em uma nota única, grave, mortífera, sem melodia - e que ninguém quer ouvir: o som de tiro de canhão. 

Esse canhão ficou conhecido como "El Cristiano" (o Cristão), por ter sido construído do metal fundido dos sinos das igrejas de Assunção. Ainda hoje esse canhão é motivo de discussões diplomáticas entre os governos brasileiro e paraguaio - que está reivindicando o seu retorno àquele país. 

De qualquer forma, enquanto há sinos famosos, grandes, antigos e fundidos, considero também um outro, para mim muito emblemático, cujo paradeiro ignoro: o sino do colégio Marechal Rondon, onde estudei. Era um sino de bronze, pesado, com um longo cabo de madeira e badalo, para ser tocado manualmente.

Um dia, por obra do meu amigo endiabrado M.A., o badalo desapareceu. Somente poucos alunos ficaram sabendo disso. Para alegria ingênua do nosso grupinho que aguardava o seu toque para entrar em sala de aula, a saudosa inspetora (Dona E.) desesperou-se: balançava e balançava, chacoalhava e chacoalhava aquele sino pesado, de um lado para o outro, uma vez, outra, e outra, mas ele não produzia som algum... E foi por não poder anunciar o início das aulas por intermédio do seu toque que ele, sem badalo, tornou-se "símbolo da glória juvenil dos alunos sobre o sistema". Ficou, por isso, famoso, ganhou notoriedade, e até um apelido carinhoso: "o sino do Rondon".





2 comentários:

  1. Ding dong. What a great collection of bells

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  2. Dear friends... I'm glad to see that you've visited this space. Thanks a lot !

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