quarta-feira, 10 de julho de 2013

OS VOLUNTÁRIOS GUARAENSES NA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932


(Monumento aos Voluntários de Guará, na Revolução de 1932 - foto: arq. pessoal)

     Nove de Julho é feriado somente no Estado de São Paulo. Esse feriado nos faz lembrar - a nós, paulistas - que no ano de 1932 o Estado deu início à chamada "Revolução Constitucionalista". Seu objetivo era o de fazer com que o governo provisório, instalado no poder por golpe de estado, providenciasse a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte para a elaboração de uma nova Constituição. 

     Derrotado no confronto armado, São Paulo foi vencedor nos ideais: a Assembleia Constituinte foi instalada em 1933, e no dia 16 de julho de 1934 foi promulgada a primeira Constituição da era Vargas (segunda do período republicano; terceira brasileira).

     Para lembrar a data, a praça principal da minha terra natal (Guará, SP) foi denominada "Praça Nove de Julho". Ali, em um dos seus canteiros, há um fuzil, um capacete e uma placa em homenagem aos guaraenses-voluntários que lutaram na Revolução. 

     Descerrada a placa em 09 de julho de 1998, na gestão do então Prefeito César Antônio Moreira, ficaram perpetuados os seus nomes para que sempre sejam lembrados:

Arthur Affonso Bini
Attílio Gomes de Mello
Américo Migliori
Halley Henares
João Nogueira
Joaquim Dias dos Santos
José Nogueira Reis
Manoel Rodrigues
Mário de Paula
Mathusalém Carvalho Silva
Nilo Conceição (Dr.)
Olympio de Souza
Renato Amaral Muniz
Valentim Alves da Silva
Vitelbo Nogueira

(Detalhe do Monumento: A placa com os nomes - foto: arq. pessoal)

        Conheci pessoalmente alguns desses voluntários. E foi da seguinte maneira que estes ficaram na minha memória:

- Arthur Affonso Bini - meu vizinho e meu primeiro professor de violão -  um ser brilhante e diferenciado;
- Américo Migliori - um senhor muito simpático que sorria, falava baixo e dirigia uma caminhonete. Dele muitas vezes ganhei balas de goma no bar do seu irmão - Sr. Alberto;
- Halley Henares - preocupado em dar a cada um aquilo que lhe era de direito, muitas vezes, na companhia de meu pai, criticava dispositivos do Código Civil;
- João Nogueira - o "seu Zico" - frequentei muito sua casa. Dele, guardo a lembrança de seus ares de bondade, seu espírito de tolerância e retidão;
- José Nogueira Reis - meu tio Nogueira. De chapéu meio de lado, vivia assobiando. Ao seu lado não havia tristeza. Gostava de vê-lo em casa;
- Manoel Rodrigues - marido da minha tia-avó "Cida" e chamado em família de "tio Manezinho". Era sério, discreto e de muita paz;
- Mathusalém Carvalho Silva - alto, magro, distribuía sorrisos pela cidade em percursos de bicicleta.

     A todos esses guaraenses, e em especial aos que conheci pessoalmente, a minha homenagem.

(Alguns dos Voluntários: José Nogueira Reis, Américo Migliori, Mathuzalém, Manoel Rodrigues, "Quinzote" e voluntário não identificado - foto cedida pelos Drs. Marco Aurélio e Romeu Franco, e postada no facebook por Marco Antônio Migliori)

(Voluntário João Nogueira, o "Seu Zico", recebendo título de cidadão guaraense - detalhe de foto postada por Helena Maria Baroni no facebook)

 (Versos alusivos à Revolução de 1932, escritos e assinados pelo Voluntário João Nogueira - seu Zico - fonte: postagem de Helena Maria Baroni no facebook)

     (Certificado de recebimento de Medalha da Constituição - outorgado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo ao "seu Zico" - fonte: postagem de Helena Maria Baroni no facebook)

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