quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A CATEDRAL METROPOLITANA DE VITÓRIA


Viajar é uma forma de meditar. Quando visito alguma cidade gosto de saber de sua história. Ao planejar a viagem a primeira coisa que faço é consultar guias, procurar fotos e entrar na cidade por intermédio da literatura. Assim, quando coloco os pés onde quer que seja, já tenho uma boa impressão do que representa o lugar, e de quais fatos importantes ali ocorreram. Nesse ambiente e, fundamentalmente, observando as pessoas em sua vida cotidiana, posso me sentar em algum café local e, olhando tudo ao redor, deixar-me impregnar de histórias de outros tempos, de pessoas que são e foram significativos para o lugar. 

O que importa para mim nas viagens é a comunicação sentimental que consigo estabelecer; é o desenvolvimento de uma relação de afeição com os lugares, com as pessoas, os prédios e os objetos que - sempre espero -, possam resultar em um silencioso aprendizado. Em especial, gosto das catedrais, dos centros históricos como um todo, e dos prédios onde funcionam os órgãos do Poder.

E no Espírito Santo, ao visitar sua capital - Vitória -, não foi diferente. 

 (Bairro "Praia do Canto", visto da ponte Ayrton Senna - foto: arq. pessoal)

Logo ao chegar o meu desejo era, de imediato, caminhar pelo centro histórico. Mas tive uma visão cativante da Praia de Camburi, e por lá caminhei, pela calçada, para tomar água de coco. 

(Caminhando pela calçada da Praia de Camburi - foto: eu e minha esposa; arq. pessoal)

De táxi desde a Praia do Canto onde estava hospedado, cheguei no centro histórico e desci bem em frente à Catedral Metropolitana. 

(A Catedral Metropolitana de Vitória - foto: arq. pessoal)

Olhando aquela construção imponente, do lado de fora, não resisti e entrei. Havia logo ali uma monitora que de imediato aproximou-se e, vendo-me com jeito de interessado, começou a apresentar-me o prédio.  

(A Catedral Metropolitana de Vitória: interior - foto: arq. pessoal)

Contou-me que a Catedral Metropolitana de Vitória foi construída no mesmo local da antiga igreja Matriz de Nossa Senhora da Vitória, a qual havia sido edificada ali por volta de 1550. Explicou também que, com o crescente número de fiéis, a igreja foi demolida para ali ter início a construção da atual Catedral. Iniciada em 1920, essa construção estendeu-se até a década de 1970. 

Ali nessa igreja aprendi que as atuais cores da bandeira do Espírito Santo - azul e rosa - foram escolhidas em função das cores do manto e do vestido da santa que consagrou a igreja que estava sendo construída: Nossa Senhora da Vitória. 

(Nossa Senhora da Vitória, na Catedral de Vitória - ES - fonte: http://www.panoramio.com/photo/76007597)

(Bandeira do Estado do Espírito Santo - cores dos vestes de N. Sra. da Vitória)

Os vitrais, utilizados para representar cenas bíblicas, são uma de sua principais atrações. 

(Vitral de entrada da Catedral - à esquerda, "Anjo Gabriel anunciando a vinda do filho de Deus"; à direita, "O poder de São Miguel Arcanjo" - foto: arq. pessoal, com meus filhos)

E no subsolo, na entrada de uma cripta onde estão enterrados alguns dos principais bispos da história da Catedral, há um pequeno mosaico com a imagem de Jesus Cristo ao centro. Maltratada aquela parede pelas ações do tempo, o mosaico resiste...


Da cripta subi alguns degraus para sentar-me, por algum tempo, em um dos bancos centrais da catedral. Dali, em silêncio, fiz uma oração para que os templos pessoais de todos os que entram naquela igreja sejam construídos com solidez e sabedoria suficientes para que, assim como o mosaico com a imagem de Jesus Cristo, consigam resistir às intempéries a que estão constantemente submetidos. 
Feito isso levantei-me e saí caminhando pela rua em direção ao Palácio Anchieta. Mas aí começa uma outra história... 

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